“As águas se levantaram, Senhor,
as águas levantaram a voz;
as águas levantaram seu bramido.
Mais poderoso do que o estrondo das águas
impetuosas,
mais poderoso do que as ondas do mar,
é o Senhor na alturas.”
Salmos 93:3-4
Lembretes do Senhor
estão espalhados pelo mundo inteiro, apontando para a graça, para o amor, para
o cuidado de um Deus que não Se cansa de nos amar.
O levantar das águas
a que o salmista se refere, é um fenômeno incansavelmente repetido pelo mar, que se lança em ondas imponentes contra
as rochas, nas encostas. O som que ele descreve é produzido pelo impacto das
águas contra as rochas. Um barulho estrondoso, impetuoso, assustador até.
Mas para que essa
situação se forme e esse fenômeno seja produzido constantemente, é necessário um
esforço conjunto de, pelo menos, três personagens: O vento forte, as águas
intensas, as rochas. A combinação do encontro desses três agentes pode resultar
em sons altíssimos, capazes de serem escutados a até alguns quilômetros de
distância.
Certa forma, esse
espetáculo da natureza nos mostra o efeito de situações em nossas vidas e
também os seus desfechos, quando Deus, o Senhor, está no comando delas. Águas precipitando-se
contra as rochas, ventos fortes produzindo esse choque, um barulho imenso
produzido por esses impactos, ilustram situações desagradáveis, complicadas
demais, e a nossa impotência diante delas.
O sofrimento, por
vezes, é narrado pela Bíblia, de forma ilustrada, representado por fenômenos da
natureza. E, diante de certos fenômenos da natureza, nós não conseguimos ter
nenhum controle. É o caso de muitas de nossas dores. Elas têm origens que fogem
do nosso alcance controlar, e produzem tristezas de intensidade tal que, muitas
vezes, nos fazem definhar.
A questão agora é,
como podemos lidar com as frustrações, com a dor, com o sofrimento de forma
geral? Temos algum lugar de descanso, ou
devemos viver assustados com o rugido das grandes águas se açoitando contra a
rocha, nos dando a impressão que querem – e que, em algum momento irão –
destruí-las? Temos quem lute por nós – ou que nos ajude, pelo menos – ou
estamos sozinhos, tentando suportar toda investida contrária às nossas vidas?
A pessoa que tem uma
vida em parceria com Deus tem esse consolo: Que há um lugar de descanso, onde o
bramido das águas não assusta. Esse lugar é o próprio Senhor, e Ele reina, como
bem declarou o salmista, já nas primeiras palavras deste Salmo: “O Senhor
reina! Vestiu-Se de majestade; de majestade vestiu-Se o Senhor, e armou-Se de
poder! O mundo está firme e não se abalará.” (Salmos 93.1-NVI)
A certeza de
poder descrever o Senhor assim vem de um
coração que compreendeu que, ainda que as grandes ondas se levantem e se lancem
contra a rocha, é contra a rocha que ela está se lançando e, embora o som
impetuoso das águas sendo quebradas, se despedaçando contra as pedras, seja
impressionante e até assustador, o rochedo continua inabalável, no mesmo lugar.
E a rocha, na Bíblia, representa o próprio Deus: “Pois quem é Deus além do
Senhor? E quem é rocha senão o nosso Deus?” (Salmos 18.31-NVI)
Sim, o vento – que,
neste contexto, representa o mal – sopra constantemente tentando produzir um
caos; as águas grandiosas se agitam incontrolavelmente, mas contra a rocha elas
cessam e se anulam outra vez, sem nenhuma chance de romperem com a imensa Pedra
em seu caminho! É um espetáculo, bem diante dos nossos olhos, nos contando que
os sofrimentos da vida atingem primeiramente o nosso Deus, que nos criou e Se
compadece de nós como um pai transbordante de amor pelo filho (Salmos 103.13). Ele
luta as nossas batalhas e vence as nossas guerras, quando nossas pelejas são
investidas do mal para nos destruir. E quando elas são lições de vida para nos
melhorar, o nosso Deus segura em nossas mãos, nos dá mais fé e nos ajuda a
crescermos na graça e no conhecimento da Verdade, para que nos tornemos em
filhos cada vez mais parecidos com Ele, preparados para a vida eterna ao lado
Dele.
Portanto, seja qual
for a situação de calamidade em sua vida, entregue tudo nas mãos do Senhor, a
Rocha Eterna Inabalável, e descanse, mesmo com todo o som do alvoroço das
águas. Elas se lançam contra os filhos de Deus, mas atingem a Ele, que nos
guarda, nos protege, nos livra de todo mal (Salmos 121). “O Anjo do Senhor é
sentinela ao redor daqueles que O temem, e os livra. Provem, e vejam como o
Senhor é bom. Como é feliz o homem que Nele se refugia!” (Salmos 34:7-8-NVI)
A presença de Deus
no controle das nossas vidas faz toda a diferença, nas mais diversas situações.
E quando tudo em volta nos assombra, podemos nos aquietar tranquilos e
confortáveis nos braços do Pai que, amorosamente, nos consola, dizendo: “Não
tremam, nem tenham medo. Não anunciei isto e não o predisse muito tempo atrás? Vocês
são Minhas testemunhas. Há outro Deus além de Mim? Não, não existe nenhuma
outra Rocha; não conheço nenhuma.” (Isaías 44.8-NVI)
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